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Depressão e Sono

A telemonitorização de Depressão e Alterações do Sono visa promover um acompanhamento contínuo dos doentes por forma a melhorar a sua qualidade de vida e obter ganhos em saúde, com recurso a uma abordagem centrada no doente, e o estabelecimento de parcerias com estruturas da comunidade.

 

As perturbações do sono podem manifestar-se de diferentes formas, onde se incluem a insónia, as perturbações respiratórias do sono e a hipersónia, entre outras. 

A insónia é a perturbação do sono mais frequente e caracteriza-se por dificuldades em adormecer e/ou acordar mais cedo do que o habitual, resultando numa sensação de sono não reparador ou insuficiente e causando disfuncionalidade, muitas vezes descrita como fadiga diurna.

A avaliação clínica das perturbações do sono é feita tendo em conta a aplicação de questionários específicos e da realização de métodos de diagnóstico polissonográficos e actigráficos.

As perturbações do sono têm uma relação bidirecional com as perturbações mentais, nomeadamente com a ansiedade e depressão.  

A depressão é uma perturbação psiquiátrica caracterizada pela instalação gradual de sentimentos de tristeza persistente e perda de prazer em atividades anteriormente sentidas como prazerosas. Estes sintomas habitualmente fazem-se acompanhar por outros achados, nomeadamente sentimentos de menos valia, irritabilidade, apatia, desesperança, cansaço, dificuldade de concentração, perda de libido, diminuição do apetite, alterações do padrão de sono e pensamentos suicidas.

 

Quer para as perturbações do sono quer para a perturbação depressiva, os parâmetros monitorizados irão permitir avaliar:

Segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), estima-se que em Portugal:

A insónia é a perturbação do sono mais comum em Portugal, com uma prevalência de

25%

Mais de um quinto dos portugueses sofre de uma perturbação psiquiátrica

22,9%

A depressão é considerada a principal causa de

incapacidade

A depressão é a segunda causa de

perda de anos de vida saudáveis

Objectivos

Resultados

Económicos

Sociais

Clínicos

Metodologia

1. Sinalização do doente

No Hospital ou CSP e avaliação clínica e social por parte da equipa multidisciplinar (equipa médica e equipa de enfermagem) confirmação de cumprimento dos critérios de inclusão

2. Integração do doente

No programa de telemonitorização dando o seu consentimento informado

3. Formação e capacitação do doente e cuidador para os procedimentos necessários

À telemonitorização e configuração dos equipamentos para monitorização remota, isto é, para medição dos parâmetros vitais e comunicação dos mesmos às equipas clínicas

4. Parametrização dos valores limite com base no perfil de cada doente

Algoritmos de intervenção individual, exemplo de alertas a considerar oximetria, temperatura axilar, tensão arterial (esta definição ficará ao critério da equipa médica)

5. Início do procedimento de monitorização remota do doente

A partir de casa (por norma, operacionalizado pelo cuidador) regra geral, ocorrem medições diárias dos sinais biométricos, sendo os dados registados eletronicamente (ex telemóvel via Bitalino)

6. Sinais de alerta, por via da aplicação Desktop existente no Hospital

Por via da aplicação desktop, existente no Hospital, com base nos dados registados pelo doente/cuidador a partir do domicílio, são identificados, pela central de monitorização da plataforma instalada, sinais de alerta que permitem uma atuação imediata por parte da equipa dedicada (equipa de enfermagem de primeira linha, com apoio médico se necessário).

a. Contacto telefónico com o doente/cuidador para eventuais correções de tratamento do doente ou de falhas na monitorização
b. Encaminhamento prioritário do doente, via notificação, para consulta externa ou de urgência, nos casos em que se revele necessário
c. A ocorrer, a prescrição eletrónica evita que o doente tenha necessidade de se deslocar ao hospital, em casos de revisão de medicação